Egressa da Rede Bionorte conquista 3º lugar em prêmio nacional de economia e mercado florestal

A professora Daniela Pauletto, do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e egressa do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte), conquistou o terceiro lugar no IX Prêmio em Estudos de Economia e Mercado Florestal, uma das principais premiações nacionais voltadas à pesquisa aplicada em recuperação e uso sustentável dos biomas brasileiros. A cerimônia de premiação dos cinco melhores trabalhos selecionados ocorreu nesta quarta-feira, 10 de dezembro, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF).

Promovido pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o prêmio tem como objetivo incentivar a produção científica e valorizar pesquisas originais com potencial de aplicação em políticas públicas, gestão territorial e recuperação florestal. Nesta edição, foram inscritas 42 pesquisas, todas voltadas ao tema da restauração e do manejo florestal.



O estudo premiado é inédito e integra um dos capítulos da tese de doutorado da pesquisadora, intitulada “Sistemas Agroflorestais na Amazônia Oriental: análise da adoção, composição e características socioambientais”, defendida em abril deste ano no âmbito da Rede Bionorte, na Universidade Federal do Pará (UFPA). A orientação foi da doutora e pesquisadora da bionorte, Lucietta Guerreiro Martorano.

Ao comentar a conquista, Daniela Pauletto destacou o significado institucional e coletivo da premiação. “Receber este prêmio de uma instituição tão importante como o Serviço Florestal Brasileiro tem muito significado. Poder expor e ser premiada com uma parte do meu estudo de doutorado representa uma vitória para todos os envolvidos. Sinto-me realizada por poder levar a Ufopa, a Rede Bionorte, a parceria com meus orientadores e a voz dos agricultores que cultivam sistemas agroflorestais a esta premiação. Que este prêmio fortaleça a todos, para que sejamos cada vez mais protagonistas no cenário da pesquisa e do fomento florestal”, disse.

Para a pesquisadora, o reconhecimento reforça a necessidade de ampliar estudos que acompanhem a dinâmica das espécies ao longo do tempo e de fortalecer políticas públicas de fomento, especialmente aquelas que reconheçam os serviços ambientais prestados pelos sistemas agroflorestais. “Essas ferramentas poderiam ampliar o cultivo agroflorestal, que tem se mostrado na região como uma estratégia no enfrentamento das mudanças climáticas”, avalia.

O trabalho premiado

Intitulado “Estrutura e Funcionalidade de Sistemas Agroflorestais Comerciais na Amazônia Brasileira: Implicações para Políticas e Fomento”, o estudo apresentado por Daniela Pauletto analisou sistemas agroflorestais (SAFs) comerciais com diferentes idades em oito municípios da Amazônia Oriental. A pesquisa identificou 72 espécies distribuídas em 36 famílias botânicas, com destaque para Fabaceae, Arecaceae e Meliaceae. Do total de espécies registradas, 65,3% possuem uso alimentar, 27,8% uso florestal e 6,9% função de serviço, sendo o cumaru (Dipteryx odorata) a espécie mais frequente.

Durante a análise, a pesquisadora observou o papel central da agricultura familiar na manutenção e expansão desses sistemas. “Durante o estudo, ficou evidente que a principal função de implantar espécies ou manter espécies de regeneração natural é a destinação alimentar”, afirmou ao site da Ufopa. “Também ficou claro, a partir desse trabalho, que há pouco incentivo do ponto de vista governamental e que a maior parte dos cultivos vem de iniciativa própria dos agricultores familiares, que são quem mantém e ampliam esses sistemas”.

A Rede Bionorte é um programa de pós-graduação em nível de doutorado que integra instituições de ensino e pesquisa da Amazônia Legal, com foco na formação de recursos humanos qualificados e no desenvolvimento de pesquisas estratégicas em biodiversidade, biotecnologia e sustentabilidade, fortalecendo a articulação entre ciência, inovação e demandas da sociedade amazônica.
Data: 11/12/2025
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